sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O menino rio

Eram olhos de criança,
pestanas bem desenhadas,
eram olhos de menino,
dentro dele um pouca de água.
Veio a noite e perguntou:
- De onde vem a tristeza?
O choro não respondia.
Apareceu uma tia
com um lenço. atormentando:
- Assoa logo o naríz!
Mas não era o nariz
que estava infelíz
Quem chorava era o de dentro
do menino assoado. Coitado!
Veio o sargento Coronel
que comandava o quartel
e disse: - Homem não chora!
O choro não foi embora.
Foi aí que a tristeza
abriu a boca e berrava.
A goela era um sino,
em finados badalava.
Um menino tão franzino,
com um Amazonas dentro,
que pororocava e sofria?
Seus gritos eram florestas
com onças louras pintadas
sacis pererês e fadas...malvadas!
O menino chora um rio
de ondas , velas, navios.
Surgiu então a Iara,
a moça nua das águas.
Pegou no colo a tristeza,
disse que não era nada.
-Todo homem também chora,
faz parte da marujada.
O menino foi sorrindo.
de mansinho de "barquinho".
Depois sorriu num contente.
Aí, disse, num repente:
-Eu chorei meus sete anos ,
Perdi meu primeiro dente!
( História de Sylvia Orthof )
Adorei, por isso, quis no meu blog e tambem mostrei aos meus alunos.

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