
RECORDO AINDA
Recordo ainda... e nada mais me importa...

Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam sempre de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
                             Mas veio um vento de Desesperança
                             Soprando cinzas pela noite morta!
                             E eu pendurei na galharia torta
                             Todos os meus brinquedos de criança..
     Estrada a fora após segui...Mas, aí,
     Embora idade e senso eu aparente
     Não vos iludais o velho que aqui vai:
     Eu quero os meus brinquedos novamente
     Sou um pobre menino...Acreditai!...
Que envelheceu um dia de repente!...
Que envelheceu um dia de repente!...
                                 Mario Quintana

